Trabalho numa confeção em Vila Nova de Gaia e já temos dois colegas com a confirmação de COVID-19 e outros à espera de resultados. Não temos nenhum contacto da Direção-Geral da Saúde ou do Delegado de Saúde sobre o que deveremos fazer, nomeadamente, se teremos que ficar em quarentena, pois somos muitos e o pânico está a reinar. Os patrões não nos dizem nada, apenas que temos que esperar e continuar a trabalhar. Será que não deveríamos testar todas? Sei que temos de trabalhar, mas assim não nos conseguimos concentrar. Obrigada.
Enquanto a autoridade de saúde local (delegado de saúde) não vos contactar, devem avaliar se terão tido contacto com os doentes com diagnóstico por COVID-19.
Um contacto com alto risco de exposição ocorre, quando há um contacto próximo sem proteção com uma pessoa com diagnóstico por COVID-19, ou com as suas secreções (tosse, expetoração, ou lenços de papel usados), ou que não foram prestados cuidados diretos sem proteção. Será também de alto risco caso tenha estado a menos de dois metros, e durante pelo menos 15 minutos, com essas pessoas em espaço aberto ou, em ambiente fechado, a uma distância de menos de dois metros ou durante pelo menos 15 minutos.
Caso seja esta a vossa situação, serão contactados pela Autoridade de Saúde da área onde residem as pessoas doentes por COVID-19. Até lá, a recomendação é manterem-se em isolamento num quarto durante 14 dias, reservando uma casa de banho só para si ou higienizando muito frequentemente a casa de banho partilhada, evitando o contacto com outros coabitantes ou a partilha de objetos, medindo a temperatura duas vezes por dia. No caso de terem sintomas (febre (≥ 38.0ºC, tosse ou dificuldade respiratória), devem contactar a Linha SNS24 (808 24 24 24) ou outra linha divulgada pela Unidade de Saúde, o ACES ou a ARS Norte.
Caso tenham tido apenas contacto ocasional, ou seja, se permaneceram num ambiente fechado com uma pessoa com diagnóstico por COVID-19 até 15 minutos e a uma distância superior a dois metros, deverão ficar em vigilância passiva, ou seja, com vigilância diária de sintomas pelo próprio, durante 14 dias, desde a data do último contacto com estas pessoas, mas podendo fazer a vida normalmente.
Como a transmissão desta doença é feita por gotículas libertadas ao tossir ou ao espirrar, ou pela contaminação das mãos que são depois levadas ao rosto (nariz, olhos, boca), há várias medidas que podem reduzir o risco de contágio. Por um lado, devem seguir escrupulosamente as recomendações de higiene das mãos dadas à população geral, como lavagem frequente das mãos durante 20 segundos com água e sabão e higiene das superfícies em que toquem frequentemente, assim como evitar levar as mãos à cara (olhos, nariz boca), de forma a minimizar o risco de contágio. Devem ainda manter distanciamento físico de pelo menos 1 metro de outras pessoas, ou de 2 metros de distância, caso a pessoa tenha sintomas respiratórios ou seja de um grupo de risco, e evitar contactos sociais que não sejam estritamente necessários.
Podem falar com a medicina do trabalho para avaliar o risco no vosso local de trabalho e poderão ainda contactar a Unidade de Saúde Pública e o delegado de saúde para compreender como proceder nesta situação.